Marcelo Pimenta

5 lições aprendidas com João Kepler sobre como criar filhos empreendedores

 

O programa Diálogos Fantásticos, do Canal Mentalidades, entrevistou João Kepler, empreendedor, palestrante e escritor, para saber mais sobre seu livro “Educando filhos para empreender”.

A intenção inicial foi compreender e disseminar como começar, desde cedo, a desenvolver o empreendedorismo, por meio da educação dos filhos. No entanto, ao longo da entrevista, surgiram muitos comentários que nos provocaram – a nós, adultos – a mudar de, ou adotar novos, comportamentos.  Nossa avaliação é que, a partir das histórias relatadas sobre o conteúdo do livro e de conexões dessas histórias com sua própria vida, João nos brindou com ensinamentos valiosos.

De tudo que aprendemos e que pode ser conferido nos vídeos compartilhados na playlist do canal,  destacamos cinco lições.

  1. 1. A humildade deve sempre vencer a arrogância

O autor comenta que o motivo que o levou a escrever o livro “Educando filhos para empreender” foi compartilhar suas experiências com outros pais, que lhe perguntavam sobre como ele agia com seus filhos. Ele afirma que não teve a intenção de dizer verdades, mas apenas de contar como ele sempre agiu, a partir de suas experiências de vida, de suas crenças e valores.

Sempre ouvimos o discurso do compartilhamento, mas na prática pouco compartilhamos, ou compartilhamos o que outros dizem e nos interessa ou agrada. Compartilhar a própria vida é um ato, ao mesmo tempo, de humildade e nobreza. Essa postura nos induziu à uma profunda reflexão sobre o quanto ainda temos de arrogância para transformar em humildade, ou seja, sermos capazes de “servir”, utilizando nossas experiências e aprendizados, entendendo que independente do quanto temos podemos ser úteis.

 

  1. O aprendizado do não. O que sabemos da nossa relação com ele?

Sabemos que não é fácil ouvir e, às vezes, mais difícil ainda dizer: não. João fala sobre isso com muita lucidez e ouvindo suas ponderações sobre esse aprendizado somo levados a contar, um a um, quantos “nãos” nos fizeram sofrer, sejam os recebidos, sejam os que não dissemos. Ele diz que aprender o “não” foi superação, resiliência, transformação de situações em oportunidade. Foi também inspiração para preparar seus filhos para o “não”, de forma que eles pudessem lidar melhor com isso no futuro.

Se não tivemos a sorte se aprender o “não” antes, ainda agora é possível buscar esse aprendizado, experimentando as atitudes de superação, resiliência e transformação relatadas no processo de aprendizado do autor, e, que bem sabemos, são atitudes típicas do comportamento empreendedor.

Por outo lado, dizer o “sim” da consideração, da comiseração, da piedade, da servilidade será a melhor solução? Não seria melhor aprender a dizer o não gentil, bem justificado, como sugere o João, a partir de sua relação com os filhos?  Nossa compreensão sobre os nossos “nãos” e sobre os nossos “sims” será o ponto de partida para sermos pessoas melhores e empreendedores mais eficientes.

  1. Empreender é comportamento e pode ser aprendido.

“Empreender não e ter negócio. Empreender é comportamento e o comportamento empreendedor é aquele que está disposto a enfrentar desafios, a resolver problemas.” Assim ele esclarece a possibilidade de escolha, qualquer um de nós pode ser empregado de uma empresa, dono de um negócio, funcionário público. Não importa o trabalho escolhido, importa o comportamento adotado frente a essa escolha. O que nem sempre investigamos é como se dá o aprendizado do comportamento empreendedor e aí João mostra a relevância da família: o aprendizado começa em casa.

Pensando assim, para quem não teve essa oportunidade, podemos afirmar que ainda é tempo, pois temos à disposição uma série de soluções para nos apoiar. Podemos aprender com livros impressos e digitais, vídeos, relatos de experiências e artigos, grupos e comunidades. No entanto, só iremos aprender se estivermos verdadeira e genuinamente motivados a nos desenvolver a nos tornarmos pessoas melhores.   É assim que agem aqueles que, aos nossos olhos, são bem-sucedidos.

  1. Esqueça as mãos e use a cabeça.

“Os especialistas falam que as profissões vão mudar completamente, 50% das profissões que existem hoje vão deixar de existir nos próximos dez anos”.  O mercado profissional do futuro será amparado fortemente por robôs e inteligência artificial. Não sabemos quais serão as profissões do futuro, mas já sabemos que robôs substituem trabalhos manuais. E não estamos falando aqui de fábricas, mas de mãos que escrevem controles, análises, acessam arquivos e dados. Escrevemos sobre essa realidade inevitável aqui.  João fala que “o emprego que seus filhos devem pensar são funções estratégicas, funções que irão ajudar a automatização”.

Ouvimos a fala dele sobre os filhos, mas entendemos que isso nos afeta diretamente, considerando que não pretendemos morrer nos próximos dez anos. Assegurar nossa vida profissional no futuro depende de antecipar aprendizados – para isso é preciso que sejamos empreendedores – e compreender que mudar é um processo contínuo, para o qual nos cabe escolher participar ou desconectar, bem como auferir os resultados dessa escolha.

  1. Propósito: a palavra mágica.

Nosso entrevistado fala sobre como o seu comportamento empreendedor é irradiado para os filhos e conclui que tudo se resume a uma palavra mágica, propósito: “uma família feliz, cada um com sua independência, sua vontade de querer fazer e sua liberdade de fazer”. Não é muito fácil, nem simples, estabelecermos propósitos, termos clareza de que eles são realmente os nossos propósitos de vida e caminharmos continuamente na direção de atendê-los, como o exemplo que ele nos dá.

Talvez por isso, João diga que a palavra propósito é mágica. A magia é transformadora e ela pode muito bem se encontrar nas palavras, desde que essas palavras se integrem plenamente a nós, nos desafiando a alcançar a profundidade dos seus significados.

Pode ser que tenhamos outra palavra, diferente. O que importa é fazer dessa nossa palavra a palavra mágica e tratá-la com o cuidado que trataríamos a varinha de condão ou a lâmpada do gênio, se esses fantásticos objetos nos pertencessem. Nesse caso, sugerimos que tenha o propósito de encontrar sua palavra, compreendê-la e deixar que ela guie sua caminhada.

Para conhecer mais sobre o que pensa o autor.

 

Por Márcia Matos. Jornalista, especialista em educação a distância, estudiosa do mundo digital, com muita experiência em Tecnologia da Informação, consultora e palestrante, com vários artigos publicados. Ex- funcionária do SEBRAE e atualmente, na equipe do Laboratorium, é coautora do TREM – Trilha de Referência para o Empreendedor.

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