Marcelo Pimenta

Comprar do pequeno é um grande negócio

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Uma das iniciativas mais legais que o Sebrae já fez é esse movimento #compredopequeno.

Entendo que não é apenas uma campanha publicitária, mas uma mensagem transformadora: comprar do negócio local é o caminho do desenvolvimento sustentável. Os números comprovam isso:

O fortalecimento do pequeno negócio é importante não só sob ponto de vista econômico, mas principalmente por questões sociais, ambientais, políticas e de qualidade de vida – e escolhi alguns tópicos para destacar:

Prosperidade compartilhada. Talvez seja a mais importante de todos. O dinheiro que se gasta onde se vive gera resultados que são visíveis a olho nu. Movimenta todo o ecossistema local, gerando uma espiral positiva de prosperidade, permitindo que todos cresçam juntos.

Geração de empregos. O desenvolvimento local gera mais oportunidades.

Impostos municipais e estaduais fortalecem o poder público. Assim os governos têm mais recursos para investir na melhoria da infraestrutura.

Bem-estar da comunidade. Problemas de segurança, saúde e educação são melhor resolvidos com o empenho de todos na comunidade. Se o comércio local for forte e engajado, tudo fica mais fácil.

Incentivo às vocações regionais. As melhores cidades para se viver têm uma vocação que identifica o potencial econômico da cidade – seja para o turismo (como Gramado, Ouro Preto, Bonito) ou para negócios (como Goiânia com o comércio de roupas, Caxias do Sul com o vinho ou Santa Catarina com a indústria têxtil). Um diferencial sólido só é possível de ser construído a partir do empenho e do comprometimento dos pequenos negócios. Eles criam um fluxo de troca que fortalece a cadeia produtiva e tudo passa a funcionar em sintonia.

Incentivo à inovação e ao empreendedorismo. Uma comunidade econômica forte é o habitat ideal para o surgimento de novos empreendedores. E também para a inovação dos negócios. O livro “Nação Empreendedora – o Milagre Econômico de Israel e o que ele nos ensina” mostra como um território menor que Sergipe consegue ter o maior número de empresas de tecnologia (fora dos EUA) na bolsa Nasdaq.

Sustentabilidade. Comprar e trabalhar perto de onde se vive aumenta o conforto e evita a necessidade de transporte (seja privado ou público), permitindo cidades mais limpas, com menos poluição e menos tempo e energia desperdiçados em congestionamentos. Além disso, uma comunidade forte e engajada é preocupada com o melhor uso aproveitamento seus recursos energéticos e naturais e com seus dejetos.

E para que não fiquem dúvidas: comprar das grandes redes pode sim trazer prejuízos econômicos e sociais para as comunidades.  O site americano http://ilsr.org/ aponta que, nos EUA, enquanto os pequenos negócios empregam até 57 pessoas para cada US$ 10 milhões de vendas,  a Amazon vende esse mesmo montante empregando 14 pessoas. Ou seja, a Amazon destrói mais empregos do que cria.  No Netflix, está disponível o filme “O alto custo do preço baixo”, que revela o impacto da chegada do Walmart nas pequenas cidades do interior dos Estados Unidos: fechamento dos pequenos negócios, desemprego e caos imobiliário – já que as principais ruas do comércio começam a ficar desertas. O mesmo vídeo releva que muitas vezes o poder público apóia a “instalação” desses grandes grupos assumindo obras de infraestrutura (vias de acesso, água, energia, …) e ainda oferecendo isenção de impostos. O resultado aparece mais tarde…

A decisão está nas suas mãos. Tenha certeza, comprar do pequeno é sempre um grande negócio. Parabéns a toda equipe do Sebrae que lidera a iniciativa. Pequenos negócios e entidades podem aderir ao movimento através do Site http://www.compredopequeno.com.br/ , inclusive criando peças promocionais personalizadas para enfeitar a loja e/ou o website. #compredopequeno

Por Marcelo Pimenta (Menta90). Jornalista, professor e criador do blog Mentalidades.
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