As empresas de tecnologia, mídia e entretenimento, varejo, serviços financeiros, telecomunicações e educação serão, nessa ordem, aquelas que mais sofrerão os impactos da disrupção digital nos próximos anos. A repercussão nesses segmentos será maior do que em atividades mais tradicionais como a indústria farmacêutica, petróleo, óleo e gás e serviços públicos (como água, energia e esgoto) – embora esses segmentos também estejam sendo afetados pela revolução digital. Os dados fazem parte do relatório “Digital Vortex: How Digital Disruption is Redefining Industries”, produzido por pesquisadores do Global Center for Digital Business Transformation e divulgado pela Cisco (está disponível na íntegra aqui). Para chegar nessa conclusão, os pesquisadores ouviram 941 líderes empresariais de todos os continentes (exceto na África).
O estudo ainda aponta o risco de até 40% das corporações desaparecem por não conseguirem adequar seus modelos de negócios às mudanças que acontecem na sociedade e nos negócios. As grandes empresas passam a disputar mercado com as startups, que usam estruturas mais enxutas e velozes para reinventar o jeito de atender clientes. Uber, NetFlix, WhatsApp e YouTube são apenas exemplos de negócios que começaram como startups porém hoje são maiores do que muitas empresas centenárias. Esses empreendimentos criaram uma cultura própria, que tem em comum alguns pilares: acreditar no poder da prototipação, não ter medo de experimentar o que ainda não foi feito, tolerar erros e incentivar a cocriação de ideias (não só internamente, mas também envolvendo parceiros, clientes e fornecedores).
Os novos modelos de negócios exigem novos instrumentos. Como protocolo de comunicação dessa cultura, as startups acabaram adotando uma série de novas ferramentas que permitem que sócios e colaboradores possam conceber, aperfeiçoar e monitorar os resultados das estratégias definidas. O suíço Alex Osterwalder criou o Canvas do Modelo de Negócio e o Canvas da Proposta de Valor. O americano Steve Blank desenvolveu a metodologia do Desenvolvimento do Cliente e seu aluno Eric Ries criou o conceito de Lean Startup. A empresa IDEO e sua atuação acadêmica na D.School, de Stanford, popularizam a abordagem do design centrado no usuário (ou design thinking) e com ela ferramentas como a jornada do usuário, a persona, a mapa da empatia, a propotipação rápida, entre outras. Esse novo arsenal de instrumentos formam a caixa de ferramentas da criação de startup. Porém, as grandes empresas vêm se apropriando dessas práticas para modernizar seus processos e acelerar a inovação. Hoje a cultura startup passa a ser incorporada por grandes empresas em todo o mundo, inclusive no brasil, onde Itaú, Bradesco, Natura, Samsung, Algar, entre outras, passam a usar essa caixa de ferramentas em benefício próprio.
Se você deseja saber mais como essas ferramentas podem ajudar a inovação nos negócios, o Startupi Educação lançou uma série de capacitações. Nesse programa, fui convidado para ministrar o workshop Cultura Startup e Ferramentas de Inovação para o Mercado Corporativo, com inscrições abertas. Será um workshop prático, quando os participantes poderão exercitar essas ferramentas de acordo com sua realidade, de forma a poder incorporar imediatamente uma nova abordagem, que visa viabilizar a inovação nos negócios.
Post produzido para o Startupi.
Por Marcelo Pimenta (Menta90). Jornalista, professor e criador do blog Mentalidades.
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