Marcelo Pimenta

ITERAÇÃO

Iteração é a capacidade de fazer e refazer buscando sempre melhorar.

A busca pela perfeição produziu algumas das obras da arquitetura do mundo: A Capela sistina, o templo de Akshardham, o Museu do Louvre de Abu-Dabhi.

E o que está por trás da busca pela perfeição é a iteração. A capacidade de fazer e refazer buscando sempre melhorar. É isso que move chefs, professores, palestrantes, costureiras, dentistas, camponeses e todos aqueles que buscam a excelência.

Essa mentalidade pode ser desenvolvida em todos nós. Fazer de novo para fazer melhor. Isso é ser iterativo.  “A prática leva à excelência” já ensinava Aristóteles.

Vamos entender melhor sobre o que é iteração, como ela pode te ajudar e como utilizar abordagens que refinem seu processo iterativo!

Vamos lá? Continue lendo!

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O que é iteração? 

Iteração é um conceito matemático que basicamente significa fazer a mesma coisa repetidamente para refinar o resultado, buscando ciclos curtos de feedback.

O termo surge no contexto de desenvolvimento de software, porém não se aplica apenas a essa área. É muito utilizado em Metodologias Ágeis, design, desenvolvimento de novos produtos e serviços, e melhoria de interação com o usuário e satisfação do consumidor. 

Parte do princípio de que nada é tão bom que não possa ser melhorado, e você pode pensar no processo iterativo como um ciclo contínuo de prototipagem, teste, ajustes e refinamentos.

Ter uma abordagem iterativa acerca de algum projeto é considerá-lo vivo, devendo ser ajustado e melhorado regularmente à medida que este projeto avança, ao invés de construí-lo de uma só vez e deixar que fique assim para sempre. 

Qual a diferença entre Iteração e Interação?

Se iteração significa o ciclo de repetição e acúmulo de experiências, interação são os fenômenos de troca e relacionamento entre as partes (sejam pessoas com pessoas, pessoas com máquinas, máquinas com máquinas). Por meio da interação é que ocorre o processo de iteração.

Saiba mais neste texto: A jornada do app OndeParar: iterar para aprender e descobrir novas oportunidades

Exemplos de Iteração

A iteração é algo que é falado especialmente no conceito de negócios, mas para que você possa entender melhor o que é essa prática, vamos citar vários exemplos, que vão desde situações da vida cotidiana até o contexto de Startups. Confira:

Iteração na música

Um músico pode começar com uma versão de uma música e refiná-la, fazendo alterações em uma nota aqui e ali ou alterando o ritmo e a velocidade. 

Muitas iterações diferentes de uma música podem ser criadas dessa maneira até que o produto final ideal seja criado, que soe e funcione melhor.

Muitos estilos musicais, inclusive, surgiram dessa forma! 

Iteração na cozinha

Um cozinheiro pode experimentar uma receita, ajustando os ingredientes ou alterando ligeiramente as diferentes etapas do processo até que a comida tenha um sabor tão bom quanto possível.

Um exemplo é a cerveja do estilo IPA: ela surgiu através da necessidade de preservar por mais tempo a cerveja durante as longas viagens. 

Foi descoberto que adicionar mais lúpulo à receita cumpria essa função, dando assim, origem a uma cerveja mais amarga, conhecida como India Pale Ale (IPA), que foi se refinando cada vez mais para atender melhor ao paladar de diversos públicos, criando ainda mais estilos derivados: American IPA,  New England IPA, Session IPA, Imperial IPA.

Iteração no Wikipédia

A Wikipédia é um site desenvolvido de forma incremental por uma comunidade de usuários que trabalham de forma colaborativa para moldar o conteúdo. 

Qualquer usuário pode adicionar ou editar conteúdo a qualquer momento – portanto, os wikis estão em constante evolução à medida que as pessoas ajustam suas páginas e fazem pequenas modificações.

Um wiki nunca será um “produto acabado” e isso é parte do que o torna tão valioso. É infinitamente ajustável para abrir espaço para novas entradas e novos conhecimentos.

Iteração em sistemas operacionais

A Microsoft lançou várias versões do sistema operacional Windows para adicionar funcionalidade aos usuários e corrigir bugs. 

Cada versão é uma iteração diferente de seu sistema operacional e o objetivo é que a próxima iteração seja melhor que a anterior.

Iteração em jogos de videogame

Os designers de videogame raramente entregam um produto impecável na primeira vez. 

É somente por meio de testes rigorosos e refinamento da ideia central que os “game designers” são capazes de identificar o que está (e mais importante, o que não está) funcionando dentro das restrições de um design atual.

Hoje é comum, inclusive, que atualizações de jogos sejam entregues já com o produto lançado, para corrigir e melhorar a experiência dos usuários.

Ou, ainda, novos módulos, que expandem o jogo, sejam disponibilizados ao longo dos anos, incrementando a obra em sua totalidade.

Iterar para as startups

A cultura startup incorporou no seu vocabulário o verbo iterar que veio da linguagem dos sistemas da informação. Iteração significa repetir e acumular conhecimento para uma próxima tentativa. Prática fundamental para dar musculatura a um novo negócio, fazendo com que o empreendedor repita sucessivas vezes o mesmo ciclo ágil.

Por que é importante iterar?

Iterar te permite chegar a resultados melhores e mais desejados. Tudo sempre pode ser melhorado. E tudo que é melhorado gera mais valor. 

Iterar te permite achar soluções para problemas que você nem imaginava que existia, ser criativo para descobrir novos usos de um mesmo objeto, ou até fazer com que o processo de desenvolvimento de um produto ou serviço seja mais rápido ou mais eficiente. As possibilidades são infinitas.

Já parou para pensar do por que o design iterativo está tão em voga na filosofia de marketing e web design hoje? 

A resposta curta: é porque funciona!

A experiência – e uma montanha de dados – mostrou que abordar o design de forma iterativa leva a resultados mais eficazes e eficientes.

Ao invés de, por exemplo, fazer um site ou landing page inteiros do início ao fim sem nenhum teste ou feedback do usuário, você pode fazer esse site ou landing page de forma iterativa.

Ou seja, como um processo contínuo e incremental, criando parte dessa experiência digital, lançando-a online, testando e melhorando cada vez mais.

Pode ser que mudar a cor de um botão gere mais cliques, ou ainda, melhorar o título do texto da página faça com que as pessoas tenham mais interesse em continuar lendo, por exemplo. 

As possibilidades são várias! E a cada iteração, você entende melhor o que o público que tem contato com aquela pagina pensa e deseja, entregando, assim, o que é melhor para ele – o que, por consequência, gera melhores resultados para a sua página. 

A relação “Iteração e Design”

Iteração e Design andam tão juntos, que vamos focar nessa relação agora. O Design não somente é iterativo como dá a melhor abordagem para que a iteração aconteça.

 

O processo cíclico de tentativa e erro é a base da filosofia de design iterativo. 

Em cada estágio de um projeto iterativo, ocorrem testes de usabilidade e melhorias contínuas que são implementadas com base nas informações coletadas por meio de feedback. 

O design iterativo faz uso de ideação, prototipagem, construção e análise da solução proposta para melhoria contínua. Além disso, o design iterativo também ajuda você a obter feedback imediato e confiável dos usuários. 

É esse sistema de refinamento por meio de testes que torna o design iterativo um método tão eficaz no desenvolvimento de jogos, softwares, produtos, serviços e ideias. 

Ele permite que as áreas problemáticas sejam identificadas rapidamente, fornecendo as informações necessárias para melhorar gradualmente a experiência geral daquilo que se está aplicando o design iterativo.

Esse método de testar e melhorar um design baseado em feedbacks e observações pode parecer uma simples questão de bom senso. Mas entender exatamente o que é design iterativo e por que ele é usado pode nos ensinar muito sobre como identificar e discernir o que gera valor e o que não gera.

Benefícios do Design Iterativo

O design iterativo é útil pelas seguintes razões:

  • Ajuda a analisar onde estão os problemas.
  • Permite que as marcas acompanhem as mudanças nas demandas dos consumidores.
  • Método econômico, se feito adequadamente.
  • Uma extensão da estratégia de melhoria contínua para marcas.
  • Cliente/usuários têm suas opiniões ouvidas, se sentindo mais importantes e engajando mais com a marca.
  • Banco de dados confiável de informações.
  • Permite a rápida resolução de mal-entendidos dentro da equipe, do projeto e estabelece clareza no início do ciclo de vida do desenvolvimento.
  • Traz o feedback do usuário para garantir que o produto ou serviço atenda às suas necessidades.
  • Pode ajudar no relacionamento com o cliente, quando este percebe que o produto ou serviço continua evoluindo. 
  • Dá à equipe de desenvolvimento alguma certeza de que seus esforços estão sendo focados em agregar valor para os usuários.

Uma das principais razões pelas quais o design iterativo é importante é que ele permite que as equipes reduzam os problemas de usabilidade e, assim, garantam uma boa experiência ao usuário do produto ou serviço que estão desenvolvendo. 

Ainda, os desenvolvedores podem revelar essas falhas nos estágios iniciais, quando o custo de eliminar erros é mínimo. 

 

O mercado atual depende inteiramente do julgamento e feedback do cliente. Como o conceito de design iterativo é baseado em feedback e aprimoramento, as marcas garantem que seu produto seja testado entre as pessoas para as quais foi projetado.

O Design Thinking (em livre tradução, “o jeito de pensar do designer”) é, ao meu ver, a melhor abordagem iterativa que você pode aplicar, seja para os seus negócios, produtos, problemas ou até cotidiano.

A maioria dos processos e desenvolvimentos ágeis começa a partir do que é chamado de “Processo de Design”, que segue um ciclo de etapas, garantindo empatia do usuário, prototipagem, teste e iteração rápida.

A escola de Design de Stanford formalizou esse processo com uma organização chamada IDEO e criou o que é chamado de Design Thinking.

O Design Thinking é ágil e centrado no ser humano em sua essência. Ele impulsiona a inovação e a solução criativa de problemas, mas utiliza a empatia do usuário primeiro e depois passa para as iterações de criação de soluções. 

O uso do Design Thinking nos permite desenvolver soluções profundamente impactantes e duradouras. Elas pertencem às pessoas para as quais foram projetadas.

Entenda melhor a seguir como o Design Thinking te ajuda a iterar e como colocar tudo isso em prática:

Como criar valor através da iteração: conheça a abordagem do Design Thinking

De forma simples, o Design Thinking é um processo para ajudar a resolver problemas e gerar ideias. Começa com a definição de um problema e depois passa para a identificação da necessidade humana.

Depois de identificarmos o problema e o elemento humano, iniciamos um processo que envolve a criação e iteração em torno de muitas e muitas ideias. Após esse ponto, você passa para a última fase do processo, que envolve refinamento, disseminação e execução da(s) ideia(s) final(is). 

“O processo poderoso do Design Thinking reúne pensamento analítico ao pensamento criativo, permitindo com que as empresas estejam sempre aptas a inovar, testar novas ideias e soluções e obter respostas reais em cima de testes concretos” – Clarissa Biolchini

 

 

 

Mas, agora, vamos voltar ao ponto da iteração no Design Thinking.

O processo de iteração envolve prototipagem, teste, análise e refinamento de uma ideia. Mas para chegar lá, é preciso saber, de forma assertiva e embasada, qual ideia será prototipada, testada e refinada, e como iterar depois. 

Para isso, utilizamos o Design Thinking, que se baseia em 3 pilares:

 

Vamos entender cada um deles:

Empatia: 

Não adianta criar um produto ou serviço inédito, diferente ou disruptivo se ele é inútil para as pessoas. Ninguém vai querer essa criação. 

Por esse motivo, é preciso entender quem são os usuários da solução que está sendo buscada. E isso só é possível através da empatia. 

Quando você pode simpatizar com eles e se inspirar em suas necessidades, sentimentos e motivações, sua equipe pode criar soluções significativas para problemas reais.

Colaboração:

Pessoas são diferentes. Cada uma possui soluções, desejos e problemas diferentes. 

Portanto, ao mesmo tempo que você precisa ter empatia, você tem que ter uma visão plural sobre o mundo, para que surjam várias ideias capazes de atender a solução desejada. 

Colaboração no design thinking, portanto, trata-se de criar várias maneiras de resolver um problema ou melhorar uma situação, através de pontos de vista diferentes.

Prototipação:

A prototipagem oferece a oportunidade de dar vida às suas ideias, testar a praticabilidade do projeto atual (ver se ele é executável) e investigar potencialmente como uma amostra de usuários pensam e sentem sobre um produto.

A prática é diferente do papel, portanto, é preciso testar, e fazer protótipos é a forma mais rápida de validar as ideias. 

Como funciona:

O design thinking começa com a compreensão do usuário final (empatia). Os problemas não são discutidos até que saibamos quem realmente são os usuários finais. 

A partir do momento em que se entende, de fato, quem são esses usuários e como é “estar em sua pele”, é possível entender e definir o problema de forma mais realística. 

Depois de ter uma ideia de qual é o problema, você começa a falar sobre (ou idealizar) soluções, de forma colaborativa. Novamente, observe que não falamos sobre soluções até entendermos o usuário e definirmos o problema. Existe uma ordem que precisa ser cumprida para que o resultado seja conforme o desejado. 

Em seguida, fazemos o protótipo da solução e, então, testamos rapidamente o protótipo.

Aqui é onde começamos o conceito muito conhecido na abordagem do Design Thinking e dos métodos ágeis de ‘’Erre rápido’’

O objetivo da prototipagem é demonstrar rapidamente sua ideia para um produto, recurso ou solução. É quase garantido que estaremos errados e falharemos no que projetamos. 

Então, por que levar de seis meses a dois anos para perceber que você falhou, quando você pode saber desde o primeiro dia?

Uma vez que falhamos, aprendemos e então iteramos.

Agora que você entendeu o básico de como funciona a iteração através do Design Thinking, confira algumas dicas para aplicar essa abordagem com mais assertividade:

4 Dicas para iterar através do Design Thinking

 1. Foque na experiência do usuário

Quando pensamos em experiência do usuário, não é difícil entender que é um processo tanto interativo quanto iterativo.

Precisamos refinar e melhorar constantemente nossos projetos para que eles continuem a criar valor para nossos usuários.

O mundo muda e evolui, assim como as pessoas, como os clientes e suas demandas e também como a concorrência. Portanto, é preciso sempre estar conferindo como está sendo a experiência do usuário.

Conceitos como “Cliente no centro” podem te ajudar a entender melhor sobre isso. Confira meu post sobre o assunto: 

 2. Aprenda a focalizar a solução

Como citei anteriormente, não adianta ter uma solução que não seja útil para ninguém. Na fase de ideação, é importante saber focalizar a geração dessas ideias. Elas devem ser:

  • Desejáveis: se o usuário não quiser, é inútil.
  • Práticas: se é muito complexa de ser executada, gera altos custos e demora para entregar, sem a certeza de resultado.
  • Viáveis: são possíveis de serem executadas.

 

 

 3. A média não atende ninguém: foque nos extremos!

Existe um caso que ocorreu na aeronáutica dos EUA, narrado por Martin Lindstrom, em seu livro Small Data:

Os pilotos estavam reclamando sobre dor nas costas. E isso precisava de uma solução. Para tal, a aeronáutica mediu 20 mil pessoas e chegou a uma média. E então, para fazer esse cockpit, definir a altura, largura, distância, etc, foi utilizada a média das medidas dessas 20 mil pessoas.

Resultado: NENHUMA das 20 mil pessoas gostou. 

Isso acontece pois a média não atende ninguém. E esse é um dos princípios do Design Thinking: foque sempre nos extremos para entender o público, os desejos, problemas e soluções.

Por exemplo: se eu sou proprietário de uma academia e quero fazer com que mais pessoas a frequentem, eu preciso analisar somente quem VAI SEMPRE na academia ou que NÃO VAI DE JEITO ALGUM na academia. 

Assim consigo ter observações comportamentais, objeções, práticas e desejos mais assertivos para que eu possa pensar em soluções.

 

 4. Acredite no poder dos protótipos

Uma vez que, por meio da pesquisa de usuários, você identificou uma necessidade e gerou ideias para atender a essa necessidade, você desenvolve um protótipo. Você, então, deve testar o protótipo para ver se ele atende a necessidade da melhor maneira possível. Aí, finalmente, você pega o que aprendeu com os testes e altera o design.

Depois disso, você cria um novo protótipo e começa o processo novamente até estar satisfeito de ter alcançado o melhor produto (ou serviço) possível.

Esse processo iterativo é frequentemente chamado de “prototipagem rápida” ou “prototipagem espiral”, e pode ser usado em qualquer fase de vida do produto ou serviço, inclusive quando já foi lançado no mercado e você deseja criar melhorias nesse produto, por exemplo. 

No entanto, vale a pena notar que quanto mais cedo no ciclo de vida de um produto você implementar o design iterativo, mais econômica será a abordagem.

Por quê? 

É porque, quase sempre, é mais barato e mais fácil criar um protótipo para testar do que desenvolver um sistema ou produto e depois alterá-lo com base no feedback do usuário.

 

Se você quer ter negócios que GEREM VALOR e que esse valor se traduza em LUCRATIVIDADE no seu negócio, É PRECISO ITERAR

Esse post foi apenas para que você possa entender o que é iteração, como ela te ajuda a gerar valor e aprender algumas dicas para que você possa iterar de forma correta.

Se você quiser trilhar esse caminho de excelência, é preciso “iterar”, também, seus conhecimentos e experiências. E eu tenho a solução ideal para isso: o workshop de Design Thinking. 

Aprenda a criar Produtos e Serviços que o cliente ama!

Treine sua equipe para que, em conjunto e de forma colaborativa, tenham um processo de pensamento crítico e criativo que leve ao desenvolvimento de produtos e serviços focados nas necessidades, desejos e limitações do usuário!

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Veja o post que fiz sobre este assunto no meu Linkedin:

Até a próxima!

Postado por Marcelo Pimenta

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