Está no ar, no Kickstarter (principal site de crowdfunding americano), uma campanha de arrecadação de fundos para fazer salada de batata! Sim, isso mesmo, salada de batatas. Um americano chamado Zack Danger Brown iniciou uma campanha para arrecadar fundos para fazer uma salada de batatas. Até quinta-feira da semana passada já tinha arrecadado mais de US$ 44 mil (e ainda faltam cerca de 15 dias para terminar o prazo,você pode acompanhar aqui).
As recompensas para a salada estão disponíveis a partir de US$ 1 – e ter seu nome citado no website – ou doar US$ 50,00 e receber um livro com diferentes receitas de salada de batata ao redor do mundo. O sucesso do empreendimento está fazendo história, pois o número de pessoas que apoiam o projeto não pára de crescer – apesar do empreendedor ainda não saber como fazer para que os apoiadores que desejarem possam “provar” o produto. O autor está espantando com o sucesso da campanha e já prepara novos projetos para aproveitar o apetite dos americanos para o até então desconhecido “nicho” que a salada da batata representa.
Acredito que o caso é emblemático e traz duas importantes lições:
1) o amadurecimento do crowdfunding, ou seja, do financiamento coletivo, onde a multidão se junta para apoiar e financiar uma ideia originária de uma pessoa ou uma organização. Crowdfunding pode financiar praticamente tudo que se possa imaginar, desde uma banda, uma pesquisa cientifica, um escrito, um livro, uma campanha ou uma salada de batatas! Ainda está engatinhando no Brasil a possibilidade de se investir numa empresa diretamente – o chamado equity crowdfunding – uma das primeiras iniciativas é a http://www.eusocio.com.br/. Mas esse tipo de forma de fundo de investimento coletivo já é sucesso no exterior, com iniciativas como o Crowdcube (na Inglaterra).
De qualquer maneira, mesmo não buscando um sócio-investidor, o empreendedor pode usar o crowdfunding como forma de validar seu produto piloto, uma possível solução inovadora, uma ação experimental. É possível verificar a aceitação do público alvo através de uma campanha de financiamento coletivo. E o que é melhor: com investimento quase zero, pois o capital a ser investido vem dos possíveis clientes e apoiadores.
Além disso, o crowdfunding pode revelar novas oportunidades ainda não pensadas (veja o caso desse cara da salada de batata, com uma exposição mundial que ele obteve, ele poderá criar várias alternativas de negócios, desde uma maionese com marca própria até o salad potato bar, ou camisetas).
2) toda a ideia, por mais maluca que pareça, pode virar um bom negócio. Quem diria que uma simples salada de batata poderia arrecadar mais que muito empreendedor fatura em um ano! Portanto, tenha fé nas suas ideias – mas lembre-se que elas não valem nada se não forem implementadas, testadas, aprimoradas. E que é preciso aprender com os erros. As ideias devem ser colocadas à prova e irem sendo ajustadas ao longo do processo de design do negócios.
Para finalizar a reflexão desta semana, gostaria de aproveitar que estamos falando em ideias malucas e crowdfunding para divulgar uma campanha que está no ar no Catarse (principal site de crowdfunding brasleiro), que é de financiamento coletivo para a realização do Epicentro, um festival inovador de empreendedorismo que vai acontecer dias 26, 27 e 28 de setembro de 2014 na cidade de Campos do Jordão. “Onde você vai encontrar ideias, tecnologias e pessoas que estão loucas para empreender transformações verdadeiras no Brasil”, convoca o idealizador do movimento, Ricardo Jordão. Quer fazer parte desse movimento e financiar a difusão do empreendedorismo inovador? Para apoiar o Epicentro é só clicar aqui.
Por Marcelo Pimenta (Menta90). Jornalista, professor e criador do blog Mentalidades.
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