O sonho de empreender e criar uma empresa sólida continua sendo real mesmo quando o cenário econômico e politico não favorecem a sua realização. Deve ser por isso que, mesmo com a situação econômica que estamos vivendo, os brasileiros estão empreendendo mais do que nunca. Estão tirando as suas ideias do papel e colocando em prática. Uma pesquisa divulgada pelo Sebrae em 2015 mostrou o Brasil como a nação mais empreendedora do mundo, na frente dos Estados Unidos, Inglaterra e Canadá.
Parece um bom motivo para comemorar não? Infelizmente, quando olhamos mais de perto a realidade é outra. Depois de analisarmos com calma os dados do estudo, vemos que nossa realidade é composta por mais empreendedores por necessidade do que por oportunidade. Ou seja, aqueles que criam um comércio informal para sobreviver, como o famoso espetinho de churrasco da esquina. Claro que todo empreendedor tem seu mérito. Mas para nos tornarmos uma nação sustentável economicamente, precisamos investir nas startups de tecnologia, ou seja, nos empreendedores que realmente transformaram árduos anos de estudo na faculdade em uma tecnologia que pode solucionar problemas de igual para igual com o que já existe, ou mesmo de modo inovador em relação ao estado-da-arte do setor. Oferecendo os recursos certos para estas startups, poderemos transformar o nosso país de exportador de bananas para exportadores de tecnologia. Você tem uma tecnologia na mão? Esse é primeiro passo para ser um empreendedor de sucesso.
Existem muitos jovens na melhor idade produtiva (entre 30 e 40 anos) que desenvolveram em sua pós-graduação uma tecnologia inovadora e estão empolgados para levar esta tecnologia ao mercado e criar uma empresa em cima deste produto.
Este tipo de iniciativa é a chave para começar seu próprio negócio, movimentar a economia e realizar o sonho de se tornar um empreendedor de sucesso e ganhar um bom dinheiro, afinal estes anos e anos de estudo têm que servir para alguma coisa. No entanto, para levar sua tecnologia inovadora ao mercado é importante apoio e ajuda, e o mais importante: recursos financeiros que possam viabilizar a criação de uma empresa real em cima da tecnologia criada em laboratório.
Com a orientação certa, pode-se conseguir os recursos necessários para colocar sua inovação à disposição do mercado e garantir seu lugar dentre os empreendedores de startup de tecnologia que realmente prosperam no Brasil.
Como conseguir dinheiro para colocar a minha tecnologia no mercado?
Existem três formas de captar recursos financeiros para startups que detenham tecnologias inovadoras:
1) Captar um financiamento em bancos;
2) Atrair investidores anjo ou seed capital
3) Programas de incentivo a tecnologia do Governo
Captar um financiamento em bancos só é adequado para empresas estabelecidas, que já tenham um faturamento recorrente e um balanço saudável, de modo que não é uma opção viável para startups.
A segunda opção é atrair o chamado capital Anjo (Angel Capital) ou seed, o que é indicado para empresas nascentes (o Venture Capital é para empresas já estabelecidas). O capital anjo costuma ser uma boa opção para startups de tecnologia, já que em geral o diferencial competitivo da tecnologia tende a ser atraente aos olhos do investidor e geralmente tais empresas, mesmo que não sejam de software, tem um potencial grande de crescimento, o que ajuda na hora de conseguir o recurso.
A última opção, mais atraente, é conseguir um recurso de governo a fundo perdido. O fundo perdido tem a grande vantagem em relação à estratégia de captar um investimento privado pois o investidor privado sempre vai querer um pedaço da empresa em troca do capital, o que não acontece no caso de se captar um recurso do governo, pois o governo tem interesse no desenvolvimento tecnológico do país.
Apesar de, atualmente, haver poucos programas em vigor para oferecer recursos financeiros para pequenas e médias empresas, ainda existem algumas alternativas. Como o PIPE-FAPESP, um programa de recursos não reembolsáveis (fundo perdido) para micro, pequenas e médias empresas dentro do Estado de São Paulo. Os valores concedidos podem chegar até 1 milhão de modo que hoje é um dos principais programas de subvenção do País.
No caso de tentar captar um recurso público de fundo perdido, o primeiro passo é saber se seu projeto se encaixa nos critérios do programa, e depois montar o pleito corretamente, o que exige esforço e dedicação, pois é necessário que o material do projeto esteja muito bem feito para convencer os órgãos do governo a conceder o recurso. Entretanto, com orientação e ajuda corretas, as chances de conseguir um aporte financeiro para a sua pesquisa são grandes. E lembre-se sempre de respeitar os prazos.
Esperamos que esse conteúdo tenha sido interessante para você. Para maiores informações sobre captação de recursos de fundo perdido, financiamentos ou investimento privado para o desenvolvimento de novas tecnologias acesse o blog da idr consultoria.
Autor: Felipe Meiroz.
Atua há mais de 10 anos na idr consultoria como especialista na captação de financiamentos e investimentos em venture capital, programas de subvenção e aplicação dos incentivos da Lei do Bem e Lei da Informática para empresas de tecnologia. É professor do MBA PECE – USP na área de Gestão de Inovação e professor convidado da FAJ, do MBA executivo da Universidade Mauá e do Business Institute Internacional, e também ministra palestras e cursos in-company sobre Gestão de P,D&I. Felipe é engenheiro eletricista pela UNICAMP, possui MBA em Business Economics pela FGV- EESP e pós-graduação em Marketing Organizacional pelo Instituto de Economia da UNICAMP.
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