Na última quinta-feira, 11 de junho de 2015, o auditório da Telefonica Vivo no bairro do Paraíso, em São Paulo, estava lotado para conhecer as novidades que vinham da “fazenda”. O Startup Farm apresentava as startups formadas pela sua 12ª turma, numa edição especial, em parceria com a USP, com o tema “Disrupt: transformando ciência em negócios tecnológicos”. Na ocasião, Felipe Matos, idealizador do programa, apresentou números que comprovam porque essa é uma das principais iniciativas na geração de negócios inovadores no Brasil. Os dados são fruto de uma pesquisa realizada com os mais de 500 farmers que já passaram pelo programa até a 11ª edição.
– 162 startups aceleradas;
– 79% dos participantes continuam empreendendo (40% com a mesma startup, 39% com outras startups);
– 56% das startups aceleradas continuam na ativa;
– 42% ainda não captaram investimento, 27% já receberam investimento e o restante está investindo com capital próprio (18%) ou estão procurando investidores (13%);
– Das que captaram investimento, o volume captado foi R$ 162.168.000,00;
– As startups aceleradas acumularam um valuation (valor de mercado) de R$ 3.097.160,00,00 (isso mesmo, 3 BILHÕES DE REAIS. Mesmo sendo um valor atribuído pelos próprios empreendedores, não deixa de ser muito significativo);
– 99,3% indicam o programa para um empreendedor amigo.
Das dez startups apresentadas nessa edição, quero destacar quatro.
1. Bright Photomedicine – Uma promessa para ficar de olho! A empresa, vencedora dessa edição do Startup Farm, chega para inovar num mercado de 2 bilhões de pessoas (sendo 60 milhões de pessoas no Brasil) que sentem dor crônica, através de Fotomedicina. Segundo os estudos apresentados, quem sofre de dor crônica passa, em média, 22 anos sofrendo. A solução apresentada, o Ligth-Aid, é um curativo portátil e flexível que utiliza a luz para a redução e bloqueio da dor – sem queimaduras, sem causar efeitos colaterais. O produto já tem patente e tem um plano de expansão que começa com médicos e terapeutas em 2017 para depois chegar ao grande público. Ele atua sobre enzimas do metabolismo básico das células através de reações fotoquímicas, sem induzir alteração de temperatura observável. O projeto tem como conselheiros científicos o Dr. Michael Hamblin, da Universidade de Harvard, PhD em Fotomedicina e a Dra. Cristina Chavantes, da Faculdade de Medicina da USP. Marcelo Pires e seus sócios já receberam R$ 150 mil de aportes da Fapesp e estão negociando um investimento de R$ 1 milhão para executar o plano de expansão da companhia. No meu palpite, uma das grandes promessas brasileiras para termos mais uma startup brasileira global.
Primeiro produto da Bright Photomedicine, o Light-Aid promete revolucionar o tratamento contra a dor
2.Telepon – Uma startup que chega para solucionar o problema de gestão de contas de celular para clientes corporativos. O aplicativo permite a simplificação da identificação das ligações pessoas e profissionais, além de permitir que cada funcionário tenha a gestão dos seus minutos de franquia dentro do plano contratado. A oportunidade está em simplificar a gestão das contas. O mercado é promissor, são 42 milhões de celulares corporativos em todo o Brasil. O custo da solução fica em R$ 6,00 por linha / mês.
3. Pegcar – Vem disputar o mercado de aluguel privado de veículos entre os proprietários. O mercado é também muito atrativo, visto que são 46 milhões de carros no Brasil, que passam, em média, 22 horas por dia parados. O foco são os donos de carro de 25 a 35 anos, que gastam muito com a manutenção no carro (revisões, ipva, seguro, …) e podem ter no aluguel compartilhado uma forma de gerar receita. Ela vem disputar mercado com a curitibana Fleety. O piloto da operação vai começar no bairro de Pinheiros, em São Paulo e pretende, em 3 anos, ter 1,8% do mercado do mercado de aluguel de carros em todo o Brasil.
4. Home Bistro – O objetivo é ser o “AirBNB gastronômico”. Os empreendedores acreditam que que o “falso gourmet” – algo caro e enfeitado, com serviços precários – está deixando a desejar. Por isso querem facilitar que todos os cozinheiros – profissionais, amadores, experimentais, veganos … – possam abrir suas casas para oferecer uma culinária exclusiva e personalizada.
Vida longa aos Farmers. Que dessa fazenda cresçam mais e mais empresas brasileiras com presença mundial, como a Easy Taxi, hoje presente em 40 países, e que foi acelerada pelo programa.
Para quem quiser viver essa experiência, a próxima edição será feita em parceria com a Futurecom e focada em soluções baseadas em internet das coisas (IoTs), serviços de telecom com alto valor agregado (OTTs) e mobile. Mais informações em www.startupfarm.com.br.
Por Marcelo Pimenta (Menta90). Jornalista, professor e criador do blog Mentalidades.
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