Marcelo Pimenta

Qual a relação entre design thinking, modelos de negócios, lean startup, design sprint e métodos ágeis?

Design Thinking, Modelo de Negócios, Lean Startup e Metódos Ágeis são base para criação e validação de negócios inovadores centrados no cliente

Conheça as principais abordagens que sustentam um novo modelo de criar, validar e tornar viável modelos de negócios inovadores:

  • Design Thinking
  • Modelo de Negócios
  • Lean Startup
  • Design Sprint
  • Métodos Ágeis / Scrum

Manter-se preparado ou preparada para o mercado de trabalho significa estar atualizado/a sobre novos conceitos e ferramentas. E a prática de gestão empresarial que dominou o mercado até o ano 2.000 vem dando terreno à uma nova forma de gerir e fazer negócios de valor.  À medida que cada vez mais empresas começam a embarcar em planos de transformação audaciosos e criar equipes de inovação, mais profissionais corporativos estão demandados a entender conceitos como design thinking, lean startup, métodos ágeis.

Essas práticas relativamente novas estão sendo usadas por empresas que buscam se atualizar e são o dia a dia de startups que buscam velocidade para estruturar e reduzir o risco de suas atividades de inovação. Inspiradas por histórias de sucesso como Uber, Airbnb, Facebook, Google, as empresas estão cada vez mais buscando respostas no Design Thinking, Lean Startup e outras metodologias e abordagens para a inovação.

No entanto, quando falamos de abordagens para inovação, frameworks e técnicas, ainda há muitas dúvidas, como “Quando devo aplicar cada metodologia?” ou “Como essas metodologias e abordagens se conectam?”, entre outras. 

Essas são dúvidas comuns, e por isso, vou descomplicá-las no post de hoje.

Continue lendo para aprender quando e porque usar Design Thinking, Lean Startup, Design Sprint e Metodologias Ágeis!

Vamos lá?

Entendendo as metodologias e abordagens para inovação

O cliente anda cada vez mais exigente, e é difícil saber o que ele quer. 

Para buscar estratégias e respostas para as demandas, desejos e necessidades dos clientes, empresas recorrem a metodologias para inovação, de forma a agregar valor aos seus produtos e serviços. O uso correto das ferramentas, nos momentos adequados, ajuda a reduzir incertezas. 

Design thinking, lean startup, métodos ágeis e design sprint visam entender o que as pessoas desejam, sendo todos formas de abordar e melhorar o ciclo do seu produto. 

Mas eles funcionam de formas diferentes e se concentram em áreas diferentes. Apesar de distintos, eles se completam. 

Vamos entender um pouco sobre cada:

Design Thinking 

Design Thinking se refere às estratégias criativas que os designers usam durante o processo de identificação de problemas para o design de soluções, colocando-se no lugar do usuário, para entender o que ele precisa.

Essa abordagem realmente brilha quando precisamos entender melhor o problema e identificar os primeiros usuários, e se concentra principalmente em percepções qualitativas, em vez de quantitativas.

Darei mais informações sobre o tema mais adiante neste artigo, mas se você quer saber tudo sobre o tema, se jogue já nesta página que tem tudo lá – https://marcelo.pimenta.com.br/design-thinking/  🙂

Modelo de Negócios

Criar um modelo de negócio é o próximo passo depois que você conseguiu entender o que o cliente deseja.

É criar uma hipótese que seja viável. E para fazer isso usamos um mapa, um modelo visual organizado em nove blocos chamado Canvas do Modelo de negócio.

O Canvas do Modelo de Negócios foi criado por Alex Osterwalder e se trata de uma ferramenta que permite visualizar as principais funções de um negócio em blocos relacionados, na qual se pode descrever, visualizar e alterar modelos de negócios.

Ao conhecer e experimentar o Canvas você refletirá sobre cada função da empresa e descobrirá o que precisa ser feito para conquistar clientes. São nove blocos ou funções, agrupados em quatro etapas: o que; quem; como e quanto. Em cada bloco, anote suas ideias e analise a correlação entre elas. Faça o download e use adesivos autocolantes, assim ficará mais fácil acrescentar ou mudar as ideias.

Para saber em detalhes como funciona esse Canvas, você pode conferir o meu post: Os Atributos do Canvas do Modelo de Negócios Pós-Coronavírus

Tendo sua primeira hipótese de modelo de negócio feito, é hora de testar se esse modelo se sustenta. Para isso usaremos o Lean Startup.

Lean Startup 

O Lean Startup  é a continuidade no processo de validação. Sugere-se que o Lean Startup seja usado após você ter entendido o problema e criado uma hipótese de solução com o  Design Thinking e essa solução seja descrita na forma de um possível modelo de negócios no Canvas.  

Enquanto o design thinking busca entender quais as necessidades do consumidor, o Lean Startup busca validar um modelo que seja desejado pelo usuário mas também viável técnica e comercialmente. O conceito Lean Startup considera o modelo de negócio como uma hipótese ou suposição até que seja validado, então mesmo uma boa compreensão do problema é apenas uma suposição. 

Ele é usado para transformar essas soluções propostas em modelos de negócios, sustentados por suposições que são rapidamente testadas com clientes reais para separar a verdade da ficção, aprender e iterar em direção ao ajuste do produto no mercado.

Conforme define Nei Grando“Lean Startup é um termo registrado por Eric Ries e representa a síntese das metodologias de Desenvolvimento do Cliente, Desenvolvimento Ágil de Software e práticas Lean usadas no sistema de produção da Toyota.

O método Lean Startup não está relacionado com custos, mas sim com velocidade. Lean Startups desperdiçam menos dinheiro, porque usam uma abordagem disciplinada para testar novos produtos e idéias. Lean, quando usado no contexto de startup enxuta, refere-se a um processo ágil de construção de empresas e produtos que usam os princípios de manufatura enxuta aplicada à inovaçãoEsse processo envolve testes rápidos de validação de hipóteses, aprendizado sobre clientes e uma abordagem disciplinada para o desenvolvimento do produto.”

O processo Lean Startup

Conforme a figura abaixo, a partir das ideias você constrói um produto mínimo viável (código), mede os resultados, coleta dados e aprende algumas lições. E continua a executar este laço de aprendizagem, o mais rápido possível, fazendo ajustes até atingir o casamento do produto com mercado ou mudar algum item do modelo de negócios fazendo o pivô e começando tudo de novo. O objetivo é conseguir um modelo de negócio de valor, ou seja, que deixe o cliente feliz e gere lucro.

Abordagens para inovação

Métodos Ágeis 

Se as hipóteses testadas pelo Lean Startup, é chegado o momento de você começar a expandir um modelo validado.

Métodos ágeis são uma forma de trabalho caracterizada pela entrega frequente e incremental de produtos, contínua reavaliação e adequação de planos, sendo uma ótima maneira de lidar com a incerteza no desenvolvimento de produtos. 

Dessa forma, não há necessidade de especificar todos os detalhes de um produto antecipadamente, porque aqui também existem muitas suposições e incertezas. 

Existem vários frameworks e metodologias ágeis que podem ser colocados na prática, e esses são os principais:

  • Scrum
  • Kanban
  • Extreme Programming (XP)
  • Lean Development
  • Crystal

Saiba mais sobre como aplicar e combinar essas práticas nesse artigo: Método Ágil: conheça os frameworks mais indicados para os negócios pós-covid

Design Sprint 

O Design Sprint é um processo de 5 dias, desenvolvido pela Google Ventures. Busca validar uma idéia com os usuários em 40 horas. Tem foco em compartilhar insights, ideias, protótipos e testar um conceito.

Dado o curto espaço de tempo, o Design Sprint se concentra apenas em parte da solução, mas é uma excelente maneira de aprender rapidamente se você está no caminho certo ou não. A GoBee resume como é o processo:

Abordagens para inovação

Dia 1 — Compreender

Exploração do assunto. O time vai compartilhar tudo o que sabe sobre o assunto (problemas, ideias). Cada membro tem uma visão sobre o assunto de acordo com sua expertise.

As discussões estruturadas do primeiro dia criam um caminho para a semana de sprint. O resultado será a estratégia adotada.

Dica: Para facilitar esse processo de “unpack”, você pode propor atividades mais específicas para o grupo (expressar a voz do consumidor, desconstruir o produto atual, definir as métricas de sucesso, etc.).

Dia 2 — Divergir

Gerar soluções. O dia começa com uma revisão das idéias existentes. Cada membro do time vai rabiscar suas ideias, colocando suas soluções no papel.
Depois que todos rabiscarem, o time analisa e discute todas as soluções, avaliando o que pode ou não funcionar.

Ao final é feito uma votação das melhores soluções.

Dica: A fase divergente é o momento sensacional em que tudo é possível. Os participantes devem explorar todas as soluções possíveis para o problema de seus usuários, deixando de lado o pensamento crítico e gerando uma grande quantidade de ideias para classificar mais tarde.

Dia 3 — Decidir

Escolher “a” solução. As soluções geradas pelo grupo são filtradas e lapidadas, definindo uma única solução a ser prototipada. Com a solução decidida é definido um storyboard com um plano passo a passo para o protótipo.

Dia 4 — Prototipar

Produtividade. O time concentra-se em gerar um protótipo mais próximo do real, seguindo o storyboard já definido. Outra parte do time prepara os testes do próximo dia.

Dia 5 — Validar

Validar a solução. O produto/protótipo é apresentado individualmente para os potenciais usuários, onde interagem com o protótipo e acabam gerando feedbacks reais sobre a sua experiência de utilização. Ao fim do dia o time se reúne para discutir sobre os feedbacks e validar se a solução é viável ou não.

  • Ao fim do Design Sprint, mesmo que a ideia não vá para frente, o tempo e esforço desprendido é mínimo comparado com meses para desenvolver um MVP. Em 5 dias é possível validar se a solução é viável ou ainda gerar novos insights.

Como esses métodos se conectam?

Todos esses métodos podem agregar valor na inovação. 

Quando falamos sobre metodologias de inovação, elas podem variar desde explorar algo abstrato, experimentar soluções, ou até melhoria constante de uma solução dentro de um determinado mercado.

Para simplificar, o Design Thinking nos ajuda a ter ideias melhores, o Lean Startup nos ajuda a transformar essas ideias em modelos de negócios que funcionam e Métodos Ágeis nos ajuda a entregar o produto ao mercado de maneira rápida e incremental para que possamos obter feedback contínuo, adaptar e entregar exatamente o que o cliente deseja.

Ao combinar Design Thinking ,Lean Startup e Métodos Ágeis, é mais provável que você tenha ideias melhores, transforme essas ideias em opções de mercado viáveis ​​e ainda as entregue de uma forma que crie valor imediato para os clientes, num ambiente de inovação mais controlado e menos custoso.

Confira essa imagem, que ilustra como deve ser o uso dessas metodologias de inovação, à depender do estágio de desenvolvimento do produto ou solução:

Abordagens para inovação
Fonte: https://blog.problem2value.com/blog/when-which-design-thinking-lean-design-sprint-agile/

Não basta apenas utilizar as ferramentas

Num ambiente de inovação, pensamos em ferramentas e cultura como o Yin Yang: elas se complementam e se equilibram.

Se você utiliza só as ferramentas,“Ah nós vamos fazer canvas”  mas a cultura do ambiente é autoritária, de cima pra baixo, não vai funcionar. 

E o inverso também é verdadeiro: não adianta ter somente a cultura sem as ferramentas. “Ah vamos prototipar, vamos juntar ideias”. Tá, mas como? De que forma? É necessário ter um instrumento para poder trabalhar. 

E para isso, os pilares do Design Thinking são fundamentais, independente de qualquer coisa. Entenda:

Design Thinking é fundamental

Para que se tenha um ambiente propício à inovação, utilizar conceitos do Design Thinking são fundamentais. 

Para entender melhor, vamos falar dos 3 pilares do Design Thinking:

  • Empatia
  • Colaboração
  • Prototipação 

Empatia:

Para inovar, é preciso ter empatia. Não é algo que você aprende, não é fácil, mas você precisa exercitar.

Ou experimentar viver como o outro vive, ou entrevistar, desapegar, abrir mão de achar que você tem a razão, principalmente quando você cria produtos ou serviços. 

Exemplo: Uma doceira fazendo julgamento pessoal “Ah eu não gosto de doce com cobertura” deve entender que não é para ela o doce! 

Ou ainda, um departamento de TI achando que a localização de um botão é correta, e o ‘’usuário que é burro”, precisa ter empatia e entender que, se as pessoas estão clicando no lugar errado, é porque o botão está no lugar errado. 

É preciso se colocar no lugar do outro mas sob a perspectiva dele, não sobre a sua. 

Colaboração:

Hoje você não pode pensar com o olhar antigo. É preciso colaborar:

  • Jeito antigo: Gênio solitário, criativo. “Eu tive uma ideia”
  • Hoje: Eu tenho uma ideia, mas vejo ela como uma faísca, e mobilizo pessoas para ajudar a melhorar a minha ideia. 

Esse é o verdadeiro líder criativo, aquele que engaja as pessoas em torno disso. 

Se você chega com uma ideia muito pronta, as pessoas vão rechaçar, pois as pessoas não gostam de viver o sonho dos outros, o plano dos outros. Então, tenha colaboração! Insira outros setores em seus projetos – o financeiro, o jurídico, o marketing, etc. 

Design thinking traz essa colaboração do time, com visões e áreas diferentes. 

Prototipagem:

É preciso testar. Você nunca está enxergando a realidade toda, mas sim um ponto de vista. Se está claro para nós, não necessariamente está claro para o outro. 

Quer saber mais sobre?

Para saber mais sobre os assuntos tratados neste post, você pode fazer o meu Curso Design Thinking da UDEMY gratuitamente, clicando aqui.

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Até a próxima!

Postado por Marcelo Pimenta

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