Marcelo Pimenta

A busca pela próxima startup de um bilhão de dólares

Quais as estratégias das startups brasileiras que buscam ser unicórnios (negócios de um ou mais bilhão de dólares)? Quais são as similaridades e diferenças entre as startups made in Brazil que querem ser globais e as startups mais famosas do Vale do Silício? Foi em busca dessas e outras respostas que Iglá Generoso, nascido e criado em Araraquara (150 km da capital SP) planejou e executou uma viagem de estudos, imersão e aprofundamento em cultura startup pelo Vale do Silício e outros pólos de inovação nos Estados Unidos e em algumas capital brasileiras. “O meu objetivo é produzir um livro e um documentário amador, a partir de casos de estudo práticos, sobre como os founders brasileiros estão competindo e batalhando para evoluir suas startups em diferentes ecossistemas nos USA e no Brasil, cruzando com práticas que as unicórnios aplicaram para crescer”, conta ele, motivado.

Iglá (à esquerda), com Geoffrey Moore, autor que ficou famoso na década de 90 com a obra “Atravessando o Abismo”, que se transformou numa referência fundamental do marketing.
Iglá (à esquerda), com Geoffrey Moore, autor que ficou famoso na década de 90 com a obra “Atravessando o Abismo”, que se transformou numa referência fundamental do marketing.

Ficar longe tanto tempo da esposa e da filha exigiu planejamento prévio e uma mudança de área na HP (desligando-se temporariamente da responsabilidade de gerenciar uma equipe de quase 200 pessoas a frente de um dos maiores contratos da empresa no Brasil). O projeto,  recentemente rebatizado como “Competindo no planeta das startups bilionárias”, se tornou público pela primeira vez num post que ele publicou no seu blog, em novembro de 2015.  Mesmo atuando hoje como executivo no mundo corporativo, Iglá não é novo na cena empreendedora. Abriu sua primeira startup em 2001, o Weblogger Brasil, primeiro serviço brasileiro gratuito para criação e hospedagem de blog do Brasil. “Chegamos a 1,5 milhão de usuários, mas em 2008, após vários testes de monetização sem sucesso, encerramos a operação. Em 2004 tive uma experiência bacana com minha segunda startup, eForcis.com, uma plataforma de e-mail marketing que vendemos para investidores em 2005.”  O projeto de uma nova startup –www.vinil180.com, um marketplace para discos de vinil – e o sonho de escrever um livro geraram combustão para que a viagem deixasse o papel e ganhasse a estrada.

Desde março, Iglá tem participado de meetups e cursos em Austin, São Francisco, Los Angeles, Boston, Nova York e Miami e visitado empresas como LinkedIn, Google, RocketSpace e Facebook. Nesses locais conseguiu vários empreendedores brasileiros que estão (ou estavam) fazendo negócios ou participando de eventos nos Estados Unidos.  A lista dos brasileiros que estão compartilhando seus aprendizados inclui Gustavo Caetano (Sambatech),  Pedro Vasconcelos (Tysdo / Beer Or Coffee), Daniel Almeida (Stayfilm),  Patrick Sigrist (iFood), Guilherme Cerqueira (Worthix), Rudi Leismann (MyTraining), Leandro Gomes (RankMyApp), Luis Novo (Skore), Vitor Pamplona (EyeNetra), Ivan Huang (Bonze), Daniel Arcoverde e Rafael Belmonte (Netshowme).

Sandro Ribeiro e Iglá Generoso no TechDay, em Nova York: participação em eventos, aulas e entrevistas para descobrir como as startups brasileiras estão se preparando para competir globalmente
Sandro Ribeiro e Iglá Generoso no TechDay, em Nova York: participação em eventos, aulas e entrevistas para descobrir como as startups brasileiras estão se preparando para competir globalmente

Sobre as principais lições que ele pode extrair dos seus estudos, entrevistas e conversas e que estarão no livro, Iglá adianta três pontos:

1. O empreendedor brasileiro precisa pensar global. “Competir em um mercado globalizado, não envolve apenas vender o produto fora do Brasil, mas também buscar conhecimento, feedback, mentores, investimento, parcerias e sinergias que potencializem a sua estratégia”.

2. Viver o espírito pay-it-forward. Uma cultura de ciclo positivo dentro do ecossistema americano onde professores, investidores e empreendedores devolvem de forma positiva, seja coaching, network ou investimento,  o suporte recebido anteriormente. “Isso gera um ciclo de progresso constante que impacta diretamente o sucesso das startups”.

3. Co-working e co-living como espaços de inovação. “Esses espaços potencializam o efeito de rede, conhecimento e conexões com o mercado”. Ficou curioso para saber mais e quais serão os próximos passos do projeto? Teremos de acompanhar no  bloghttp://iglageneroso.com.

Publicado originalmente no Blog do Empreendedor do Estadão PME.

Por Marcelo Pimenta (Menta90). Jornalista, professor e criador do blog Mentalidades.
Conheça as palestras e cursos que ele oferece e saiba como ele pode te ajudar a inovar.

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