“Busca de oportunidades e iniciativa” é a primeira característica do comportamento empreendedor trabalhada nos cursos de empreendedorismo, principalmente no Empretec.
Alguém com iniciativa é capaz de fazer coisas antes de ser solicitado, ou antes de ser forçado, seja pelas circunstâncias, seja pela ordem ou comando de outra pessoa.
Isso nos leva a entender que sem iniciativa não há como descobrir oportunidades para empreender. Por isso mesmo, quando criamos a Trilha de Referência para o Empreendedor – TREM consideramos que o primeiro passo na trilha é – exatamente – a iniciativa.
Esta é a atitude necessária para pôr em marcha a busca por si mesmo, o autoconhecimento. A busca pelo conhecimento do contexto – expandindo a área geográfica desde o local até o global. É nessa marcha que se conquistará a capacidade de ser proativo, antecipar os fatos e criar – ou perceber – oportunidades.
Nesse ponto é importante destacar que o conhecimento – de si mesmo e do mundo ao redor – é que dará sustentação à atitude de iniciativa com viés positivo.
Isso significa que não se fala aqui de iniciativa do tipo “sair fazendo”. Muitas vezes já foram flagrados casos de sair fazendo desastrados. Temos um exemplo, um caso real onde apenas o nome é fictício. Cibele é massoterapeuta e resolveu abrir um local para prestar seus serviços. Alugou uma sala, decorou esplendidamente, contratou uma agência para desenhar cartões e outros impressos. Criou uma agenda definindo os horários para atendimento e sentou-se, confortavelmente esperando os clientes. Sem fazer nenhum esforço para chamar público, três meses depois ela precisou vender a estrutura que havia criado.
Esta foi uma iniciativa desastrada. Com certeza você conhece outros exemplos parecidos. Muitas vezes o empresário falha pois lhe falta autoconhecimento, faltam informações sobre negócios, falta vivência no mercado.
Significa que ter iniciativa é fundamental, mas ela deve funcionar sempre amparada pelo conhecimento. Conhecer a si mesmo, saber dos próprios limites faz toda a diferença. É em função desse autoconhecimento que resultará a definição dos caminhos a percorrer no processo de empreender.
Aqueles que conhecem seus imites, por exemplo, em lidar com dinheiro, saberão que haverá necessidade de obter ajuda para não viver no vermelho – perigando até falir. Aqueles que conhecem seus limites em controlar, buscarão ajuda para ter seus controles em dia e terão recursos adequados para tomar suas decisões.
O Sebrae explica a característica empreendedora “buscar oportunidades e iniciativa” como “a capacidade de se antecipar aos fatos e de criar oportunidades de negócios com novos produtos e serviços”. E explica: “um empreendedor com essas características bem trabalhadas é proativo, antecipa-se às situações, busca possibilidades de expandir seus negócios e aproveita oportunidades incomuns para progredir”.
Pode ser que existam pessoas que apresentem essas características espontaneamente. O mais normal, no entanto, é que elas resultem de aprendizado (mesmo que seja um aprendizado que vem da infância). Sabemos, de antemão, que aprender é ato contínuo em nossas vidas e nesse caso não seria diferente. Existem várias opções para quem deseja aprender mais sobre si mesmo e sobre qualquer outra área de interesse, visando melhorar seu perfil empreendedor.
Uma sugestão é começar por um teste de perfil empreendedor. A partir desses questionários já é possível começar a refletir em que aspectos precisamos melhorar.
Além disso, hoje é possível que você tome a iniciativa e transforme sua paixão em fonte de renda – sem romantização, de forma realista e prática. Abordo isso por completo no meu livro ” A Economia da Paixão – Como ganhar dinheiro e viver mais e melhor fazendo o que ama”. Se você quiser saber um pouco sobre o livro, pode ler este e este post.
Mas antes, dá uma olhada no vídeo de Roberto Pantoja, falando sobre proatividade.
Por Márcia Matos. Jornalista, especialista em educação a distância, estudiosa do mundo digital, com muita experiência em Tecnologia da Informação, consultora e palestrante, com vários artigos publicados. Ex- funcionária do SEBRAE e atualmente, na equipe do Laboratorium, é coautora do TREM – Trilha de Referência para o Empreendedor.