Marcelo Pimenta

Os riscos de não inovar: o que acontece com quem não inova?

riscos de não inovar

Kodak. Blockbuster. Atari. Nokia. Xerox. Mesbla. O que todas essas empresas têm em comum? Todas elas representam os riscos de não inovar.

Eram todas bem conhecidas, aparentemente indestrutíveis, e então finalmente morreram, foram vendidas ou faliram. Embora essas empresas tenham realizado grandes feitos durante sua vida, o fato triste é que provavelmente serão mais lembradas pela forma como acabaram.

Suas histórias representam como qualquer organização NÃO quer ser lembrada e servem como advertência e aprendizado para empresas que querem sobreviver no mercado.

Mas o que fez com que essas organizações falhassem enquanto outras resistiram?

O fator mais crítico foi falhar em inovar. Seja no momento certo, da maneira certa, ou simplesmente a falta total de inovação.

A inovação hoje está classificada entre as três principais prioridades em todas as listas de CEOs e gerentes. Hoje, você vê pessoas trabalhando com laptops e celulares, que, em cinco anos, estarão obsoletos.

Em todo o mundo, a inovação está acontecendo e está acontecendo rapidamente.

Você não pode ficar de fora. Nesse post você vai entender o quão importante inovar é – e quão desastroso é quando você não inova.

Continue lendo para permanecer relevante no mercado. 

 

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Qual a importância de inovar?

Na economia global de hoje, a competição está sempre presente. Para sobreviver e prosperar, todas as organizações, sejam elas do setor público ou privado, não têm escolha a não ser inovar constantemente.

Isso acontece pois, com o passar do tempo, as tendências mudam e as pessoas também. Elas podem ter necessidades ou desejos diferentes, e isso afeta o seu comportamento de consumo, e, por consequência, as empresas. 

Algumas coisas podem funcionar para você no começo, mas com o passar do tempo, elas ficarão desatualizadas. Então é necessário um empenho constante em entender o mercado e inovar. 

Isso significa que para ter sucesso – na verdade, para SOBREVIVER – sua empresa precisa ser mais inovadora, mais criativa e capaz de agregar mais valor do que outras empresas que concorrem com você. 

As empresas inovadoras são as mais lucrativas

Responda rápido: quais são as maiores empresas da atualidade?

Dentre as empresas que você pensou, imagino que nomes como Amazon, Tesla, Facebook, Apple, Google, Disney, NuBank surgiram na memória. Acertei?

Não é por acaso.

Essas são as empresas mais relevantes da atualidade e todas elas tem algo muito forte em comum: a constante inovação e um alto desempenho financeiro.

A relação entre inovação e lucratividade empresarial já foram estabelecidas e comprovadas pelas mais diversas pesquisas que identificaram que sim – empresas que inovam mais, lucram mais. Confira algumas:

Começando pelo cenário brasileiro, o SEBRAE SP foi quem conduziu a primeira pesquisa com micro e pequenas empresas, em 2009, acerca dessa relação entre inovação e lucratividade e descobriu que, dentre as organizações que participaram da pesquisa, das que passaram por processos de inovação, 52% tiveram crescimento no volume de produção, 46% aumentaram o faturamento, 39% registraram maior produtividade da mão-de-obra  e 24% ampliaram seus quadros de pessoal.

A partir desse entendimento, o SEBRAE continua conduzindo pesquisas, desenvolvendo projetos e fomentando a inovação em todo o país. Inclusive, eu sou um de seus consultores de inovação de negócios.

Em outra pesquisa conduzida pelo SEBRAE, que analisava o cenário de negócios na pandemia, ficou demonstrado que a inovação foi responsável pela superação das dificuldades enfrentadas pela crise do COVID-19: 97% das empresas entrevistadas afirmaram ter realizado pelo menos 1 inovação no seu negócio, e dessas, 69% conseguiu aumentar a produção e vendas de seus produtos ou serviços.

Ainda no contexto da pandemia, a CNI (Confederação Nacional da Indústria), junto ao Instituto FSB Pesquisa conduziram uma pesquisa com executivos de 500 empresas industriais em que 88% destas realizaram alguma inovação e, dentre elas, 80% registraram ganhos de produtividade, competitividade e lucratividade decorrentes dessas inovações.

 

E o entendimento dessa necessidade de inovar no Brasil tem sido extenso, conforme levantado pela pesquisa ACE Innovation Survey 2021, da ACE Cortex:

Se você quiser saber mais dados dessa pesquisa, sugiro que acesse este artigo: Quadro da Inovação no Brasil – os avanços na mentalidade inovadora.

Já no cenário exterior, são extensas as pesquisas sobre essa relação, com todas apontando a mesma conclusão: quem inova lucra mais.

Em uma pesquisa realizada pelos experts em negócios Dylan Minor, Paul Brook e Josh Bernoff, baseada em 5 anos de dados de 154 empresa e publicada na página da MIT Sloan (escola de negócios do Instituto de tecnologia de Massachusetts, em Cambridge), foi identificado, também, que as ações das empresas que mais inovam são as que mais lucram e que são mais valorizadas nas bolsas.

Os pesquisadores também perceberam que empresas em que os colaboradores geram mais ideias inovadoras têm maior probabilidade de aumentar seu lucro anual, enquanto que as empresas que geram poucas ideias têm uma maior probabilidade de não ter nenhum crescimento.

É importante observar, no entanto, que enquanto podemos afirmar que empresas lucrativas são as mais inovadoras, não podemos afirmar que empresas que investem mais em inovação são necessariamente as mais lucrativas.

Pois a inovação (gerar valor) só acontece quando ela está em um contexto de gestão da inovação inteligente, alinhado a uma cultura de inovação. Você pode ler mais sobre esse tema nestes artigos: 

As empresas que inovam são as que permanecem relevantes no mercado

A Fortune 500 faz um levantamento anual classificando as maiores empresas do mundo de acordo com o seu faturamento. 

Através desse levantamento da Fortune, pesquisas observaram que apenas 12% das empresas listadas na Fortune 500 de 1955 conseguiram chegar à mesma lista em 2016, demonstrando que apenas poucas empresas conseguem permanecer relevantes com o passar dos anos. 

A capacidade e a vontade de inovar desempenham um papel importante para determinar se uma empresa ou uma marca – não importa quão forte possa ser em um determinado momento – será capaz de sobreviver a longo prazo. 

Os modelos básicos de negócios e a forma de operação em praticamente todos os setores continuam evoluindo – e há muitos casos de grandes empresas que não conseguem acompanhar as mudanças e, consequentemente, saem do negócio. 

“Inovar ou morrer” tornou-se a palavra de ordem para empresas em todo o mundo. Muitas empresas famosas de décadas anteriores não conseguiram integrar essa “cultura de inovação” inclusiva em seu trabalho e deixaram de ser relevantes no momento. 

É por isso que a inovação é importante. Alguns têm medo de fazê-la acontecer porque acham que é algo muito arriscado, mas se esquecem que os riscos em não inovar são muito maiores, e, a seguir, você verá alguns exemplos disso.

Riscos de não inovar: a história de 4 gigantes que perderam tudo

1- Kodak

riscos de não inovar

Esse é um dos casos clássicos mostrando os riscos de não inovar: matar um negócio perfeitamente bom. 

Fundada em setembro de 1888, a Kodak ganhou força ao longo do século anterior – à medida que a popularidade de suas câmeras e filmes aumentava. 

Durante quase todo o século XX, ela foi uma empresa líder mundial, verdadeira gigante do setor de fotografias. Nos anos 70, ela possuía 90% das vendas de filmes e 85% das vendas de câmeras nos Estados Unidos, o principal mercado do mundo. 

Mesmo assim, em 2012, ela declarou falência, após uma série de erros e a resistência de se adaptar a um mercado de fotografia digital.

Surpreendentemente, a empresa teve a chance de migrar para a fotografia digital: um funcionário da própria Kodak, chamado Steve Sasson criou a primeira câmera digital do mundo em 1975.  

Em vez de aproveitar a oportunidade, os líderes da Kodak a ignoraram totalmente – eles viram essa inovação como algo que ameaçava sua principal fonte de receita (a câmera analógica e os filmes para câmera) e falharam em compreender que a fotografia digital era o futuro.

Para complicar ainda mais as coisas, a Fuji começou a minar a Kodak com seus filmes de preço mais baixo, enquanto a Polaroid começou a abocanhar o mercado com suas ‘fotos instantâneas’. 

Notavelmente, a empresa simplesmente optou por permanecer em negação por muitos anos – à medida que as câmeras de filme se tornavam obsoletas e a imagem digital se tornava popular. As lutas continuaram e a Kodak ficou sem opções além de pedir falência em 2012.

2- Blockbuster

riscos de não inovarDois dos principais fatores para o sucesso em qualquer área de negócios são:

1. Identificar tendências futuras e

2. Aproveitar as oportunidades presentes.

A Blockbuster (que já foi uma líder indiscutível no setor de locação de filmes) falhou em ambos.

A empresa tinha mais de 9.000 lojas em todo o mundo e mais de 84.000 pessoas em sua folha de pagamento em 2004 – com quase nenhuma concorrência à vista.

Essa empresa, que já foi eleita como a mais famosa do mundo durante a década de 90, oferecia um serviço de aluguel de filmes e videogames, uma maneira fácil para os consumidores acessarem os jogos e filmes que mais desejavam – e atender a necessidade dos consumidores com boas soluções faz com que uma empresa tenha sucesso. 

No entanto, à medida que o mundo se tornou mais tecnologicamente orientado, a Blockbuster não seguiu o exemplo. 

A Blockbuster acreditava (de acordo com seus dados) que as pessoas gostavam – e possivelmente até preferiam – entrar em suas lojas, atrelando o seu sucesso nessa experiência física. E parou por aí.

À medida que a internet se tornou cada vez mais popular e a Netflix começou a oferecer opções de streaming de vídeo online (sem “taxas por atraso”, sem custos crescentes em lojas físicas). O crescimento da Netflix deu início a uma inovação disruptiva e a Blockbuster não conseguiu lidar com isso, perdeu clientes e entrou em colapso.

O mais curioso é que, em 2007, a Blockbuster teve a chance de adquirir a Netflix, mas, de novo, a falta de visão e entendimento de inovação fez com que ela perdesse essa oportunidade.

Em resumo, a relutância da Blockbuster em atualizar sua estratégia de vendas foi o que acabou levando ao seu fim.

3- Atari

riscos de não inovar

A Atari foi a pioneira em uma indústria que hoje movimenta US$ 300 bi ao ano (mais do que os mercados de filmes e música juntos, para ter uma ideia) – sim, a indústria dos games é uma das maiores do mundo. 

Seu primeiro jogo, “Pong”, foi uma verdadeira febre. Uma revolução no entretenimento, e os consoles Atari se tornaram objetos de desejo para diferentes gerações.

Mas como a pioneira de uma das indústrias que mais movimenta dinheiro na atualidade conseguiu sumir completamente de um mercado tão promissor? 

É claro, a resposta é a falta de visão e inovação. 

Vender consoles Atari não era suficiente – afinal, o console era só um meio para que os games pudessem ser jogados, e a Atari falhou miseravelmente nessa tarefa, lançando apenas games que eram “mais do mesmo”. 

Eles escolheram um modelo de negócios de “desenvolvimento rápido de jogos”, sem controle nenhum de qualidade, saturando o mercado com games genéricos, a preços altos. Além disso, remuneravam mal seus desenvolvedores de jogos, e não permitiam que estes assinassem os próprios títulos. 

O resultado? 

Alguns desenvolvedores saíram da Atari e montaram a sua própria desenvolvedora de games, a Activision, que hoje é uma das maiores distribuidoras de videogames do mundo, com títulos como Call of Duty, World of Warcraft e Guitar Hero, e que recentemente (em janeiro de 2022) foi comprada pela Microsoft pelo valor de 68,7 bilhões de dólares.

Ao mesmo tempo, surgiam os computadores pessoais, com uma proposta de funcionar tanto para diversão quanto para trabalho (o que agregava mais valor e ganhava a preferência de compra), e a empresa de games Nintendo, uma gigante até os dias de hoje, que tomou o caminho inverso da Atari: jogos diversos, controle de qualidade e inovação constante.

E assim, a Atari não teve mais chance no mercado e veio à falência.

Moral da história: falta de inovação no produto, má remuneração de colaboradores, falta de controle de qualidade fizeram com que a Atari fosse aniquilada pela concorrência. Existe uma regra não escrita sobre a inovação: se você não inova, o concorrente o fará. E assim morreu uma empresa que uma vez foi disruptiva em um mercado altamente relevante. 

4- Mesbla

riscos de não inovar

Em 1912, surgia no Brasil a filial de uma loja de departamentos francesa, Mestre & Blatgé, que se tornou uma grande referência de mercado a ponto de ganhar autonomia e um nome próprio: Mesbla.

A Mesbla ostentava lojas enormes (raramente inferiores a 3 mil metros quadrados), se posicionando com orgulho como um negócio que vendia todos os tipos de produtos, e a frase que seus funcionários diziam sobre a loja, ganhou fama: “a Mesbla só não vende caixões funerários, que são para os mortos; para os vivos tinham todas as mercadorias, desde botões até automóveis, lanchas e aviões.”. 

Por 3 décadas, reinou praticamente sozinha no Brasil, por ser a única empresa de varejo de abrangência nacional, possuindo centenas de pontos e milhares de funcionários por todo o Brasil.

No entanto, algumas mudanças de mercado, entrada de novos concorrentes, modelo de gestão e decisões erradas para contornar isso, somadas com problemas econômicos da época acabaram por levar a empresa ao seu fim.

Começaram a surgir hipermercados e outros varejos, como Casas Bahia e Ponto Frio, com modelos de negócio parecidos, mas melhores executados e mais organizados, oferecendo uma melhor variedade de produtos e tendo lojas em localidades onde a Mesbla não tinha presença. Além disso, ofereceram modalidades de pagamento que facilitavam a vida do consumidor, com maior facilidade de crediário e a criação de cartões de crédito próprios.

A fraqueza da Mesbla ficou evidente: na sua organização, possuía um número muito alto de diretores, tornando suas decisões lentas, num ambiente que precisava de rapidez. 

A incapacidade de ação acentua os riscos de não inovar. 

Você provavelmente já viu essa imagem, e agora entende que ela faz sentido:

Inovadores são líderes e líderes são inovadores

Se todos os seus concorrentes estão oferecendo uma vantagem “X”  ao pedir um produto “Y” e você não, ou, se todos estão mudando do sistema “A” para o sistema “B”, e você se apega ao primeiro, seus dias provavelmente estão contados. 

Resistir à mudança e ao progresso não faz parte da inovação. Se você ficou para trás, corra atrás de se recuperar, se quer seguir em frente.

E lembre-se, inovação não é apenas inventar ou ser disruptivo. Inovação vem de raízes latinas que significam “fazer novo, alterar”. Assim, com a inovação, você pode inventar algo novo, mas também pode começar com algo que já tem e alterá-lo ou encontrar uma nova maneira de usá-lo.

A inovação também não é apenas sobre novos produtos; é sobre novos processos. Você pode inovar um novo método de fazer a mesma tarefa que economiza tempo e dinheiro. As oportunidades estão em todos os lugares!

Adotar – e encorajar – a inovação não gera apenas dinheiro; também atrai os melhores talentos. Ninguém quer trabalhar na empresa onde suas ideias são rotineiramente desprezadas (lembra do caso da Kodak?).

Não perca mais tempo pesando os custos da inovação, e sim os riscos de inovar.

A teimosia (e a falta de vontade de inovar) pode deixá-lo em uma posição perigosa, especialmente quando todos ao seu redor estão inovando.

Quem não inova, morre. 

Nós entendemos: correr riscos pode ser assustador, mas quais os riscos que você está assumindo ao não inovar? Agora você já sabe. 

A verdade é que, não importa o seu tamanho. O mundo de hoje é interconectado, com mudanças rápidas e com um consumidor que foi acostumado com inovações e deseja isso. 

As facilidades do mundo atual abrem oportunidades para todo tipo de negócio, contanto que estes consigam inovar.

Simplesmente não há como escapar desse fato: se você deseja que sua empresa prospere no futuro, precisará criar uma cultura de inovação, agilidade, adaptabilidade e velocidade. 

Confiar nos produtos e serviços que você vende hoje para carregá-lo pelos próximos anos é o caminho mais rápido para a falência.

Lembre-se: se você não inovar, alguém o fará.

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Como inovar na minha empresa?

Para inovar, não basta apenas ter o desejo. É preciso ter o know-how e, principalmente, colaboradores inovadores, pois você só inova se você tem colaboradores inovadores.

Superar a resistência à mudança e deixar de lado equívocos, como os mitos de que a criatividade se limita a determinadas funções ou pessoas, são também, fatores necessários para se seguir em frente. Um clima de trabalho favorável, com ênfase em dar autonomia, prezar pela iniciativa pessoal e prazer no trabalho, além de reconhecimento e recompensa por contribuições individuais e de equipe, fortalecem o compromisso com essa prioridade vital para empresas e instituições públicas.

A minha palestra “Inovação descomplicada” permite que você sensibilize a sua equipe para que ela possa inovar.

Tenha colaboradores que entendam o que é inovação e que aprendam a enxergar oportunidades de inovar em tudo – seja em novos produtos e serviços ou até no atendimento, na forma de entrega ou em um método de pagamento diferente.

Transforme seus colaboradores em inovadores capazes de GERAR MAIS VALOR para o seu negócio.

Saiba tudo sobre a palestra “Inovação descomplicada” clicando aqui, ou, se preferir, entre em contato para saber mais!

O sucesso é uma escolha!

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imersão in companyImersão de Inovação

Inovação na Prática In Company é feita para empresas e equipes que tem o objetivo de incorporar  processos  de inovação em sua cultura e rotina  de forma consistente.  A imersão foi desenvolvida para  que os participantes estejam  alinhados com o negócio e sejam capacitados a disseminar  a cultura de inovação para todas as áreas e colaboradores da empresa.

Postado por Marcelo Pimenta

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