Marcelo Pimenta

Qual a relação entre comunicação não violenta e inovação? Veja aqui!

comunicação não violenta

Cerca de 90% das pessoas estão infelizes em seus trabalhos. Por que isso? Uma das razões está na forma com a qual nos relacionamos. 

Há uma frase que diz “as pessoas não abandonam seus trabalhos, abandonam seus gestores”, e ela é uma verdade. A forma com a qual nos comunicamos diz muito sobre como será o nosso ambiente de trabalho, nossas relações, nossa vida. 

Uma comunicação ruim afeta a produtividade, a vontade, o clima, afasta talentos, entre outras situações perigosas para quem almeja o sucesso na vida profissional.

Se esse é o seu desejo e também quer que a inovação corra livre na sua empresa, acertar na comunicação é essencial. E é por isso que estou fazendo esse post!

Vou te ensinar sobre uma estratégia que pratico, chamada “Comunicação Não Violenta”, psicólogo Marshall Rosenberg, em 1960, e foi disseminada em cerca de 60 países, utilizada em programas de paz em países em guerra. 

A comunicação não violenta transformou a visão sobre diversas áreas, como a educação, a saúde, a segurança, a gestão pública e também a empresarial de forma mais humanizada.

Relações pessoais e profissionais, como as inerentes ao processo criativo, podem se beneficiar de uma comunicação focada na empatia. A comunicação não violenta pode incentivar a integração e a participação, evitando estratégias violentas de comunicação (verbal ou física) e focando no aumento da compreensão e da confiança.

Ficou curioso? Então continue lendo!

O que é a comunicação não violenta?

A Comunicação Não Violenta (CNV) é uma estratégia de diálogo que busca a empatia, evitando linguagem ofensiva em prol da colaboração.

A CNV ajuda as pessoas a não atacarem e a não se sentirem atacadas pessoalmente, permitindo a discussão de ideias e necessidades – necessidades estas que a CNV acredita ser o objetivo de toda forma de comunicação. 

“No centro de toda raiva está uma necessidade que não está sendo satisfeita”. – Marshall Rosenberg

De forma descomplicada: por trás de cada mensagem que emitimos, existe uma reivindicação, mesmo que ela esteja encoberta de agressões verbais, julgamentos, gritos ou ofensas. Essa forma de expressão vem de uma cultura dominante e tem como consequência ambientes de muita pressão e competitividade. 

Indico para quem quiser saber mais, dar uma olhadinha no bate papo que tive com a Paula Giannini, especialista em desenvolvimento de pessoas, lá no meu canal do YouTube. É só clicar aqui ou ver aqui no blog mesmo (ao final do artigo).

E por que a CNV é importante para a inovação?

Em um ambiente de trabalho leve, acolhedor e que tem empatia, a tendência é uma maior abertura ao diálogo e também compreensão às opiniões divergentes, fazendo com que todos se expressem mais, sem medo de julgamentos.

Isso gera mais ideias e oportunidades de inovação. 

Como já expliquei neste outro artigo: É preciso promover que seus colaboradores abaixem a censura e tenham liberdade total de expor suas ideias – quantas ideias geniais que poderiam revolucionar uma empresa ou produto nunca são faladas pelo medo de ser ridicularizado ou desprezado?

É importante entender que inovar é algo sempre coletivo. Muitas vezes, não se consegue o apoio dos colegas e da equipe pela FORMA com que se diz ou se pede uma coisa.

A CNV ajuda você a ser honesto, sem criticar, insultar ou rebaixar outras pessoas. Agora que ficou entendido a premissa da CNV, vamos ver como aplicá-la? 

Como aplicar a Comunicação Não Violenta?

A estratégia de comunicação proposta pela CNV preza por uma comunicação eficaz e empática, dando ênfase à importância de determinar ações à base de valores comuns.

Para tal, Marshall criou 4 pilares, que são:

  1. Observação (em vez de julgamento e juízo de valor)
  2. Sentimentos (em vez de avaliações e opiniões)
  3. Necessidades ou valores universais (em vez de estratégias)
  4. Pedidos ou solicitações (em vez de ordens e demandas)

comunicação não violenta

Os 4 pilares da Comunicação Não Violenta

1- Observe e descreva os fatos sem julgamentos 

Fazer uma observação sobre algo que está acontecendo é diferente de fazer um juízo de valor sobre a mesma situação.

Exemplos:

  • Julgamento: “Seu trabalho é descuidado” (crítica)

Observação: “Três dos números do relatório eram imprecisos.”

  • Julgamento: “Você está sempre atrasado”. (generalização)

Observação: “Você chegou dez minutos atrasado para a reunião esta manhã”.

  • Julgamento: “Você me ignorou.” (intenção implícita)

Observação: “Mandei dois emails e não recebi resposta.”

2 – Mostre os seus sentimentos

Como você se sente em relação ao que está sendo observado? É preciso saber diferenciar sentimentos de opiniões. 

Compartilhar nossas opiniões em conversas difíceis pode nos trazer problemas, especialmente se a outra pessoa discordar e quiser corrigi-lo. 

Exemplo:

Opinião: “Sinto que você não está levando isso a sério”.

Sentimento: “Eu me sinto frustrado”.

Descomplicando: se você puder substituir “Eu sinto” por “Eu acho” e a frase ainda funcionar, é uma opinião, não uma emoção. 

3 – Necessidades comuns

Como mostrado acima, a CNV afirma que todos os seres humanos compartilham as mesmas necessidades universais e que por trás de cada emoção negativa está uma necessidade universal não satisfeita. 

Por exemplo: se um determinado comentário em uma reunião o deixou envergonhado, você pode perceber que se sentiu envergonhado porque sua necessidade de consideração não estava sendo atendida.

Entender necessidades universais tem um efeito transformador em conversas difíceis. 

Exemplo:

Estratégia: ‘Preciso do seu apoio’.

Necessidade universal: ‘Preciso de suporte’.

Assim que você inclui “de você” na declaração de necessidade, isso deixa de ser universal. 

Você pode ver como a primeira versão poderia ser mais facilmente interpretada como uma acusação velada? “Você não está me apoiando”, é a implicação. 

Para minimizar a chance de ficarmos na defensiva, a CNV nos diz para deixar outras pessoas fora de nossas necessidades.

4 – Faça solicitações claras e específicas em vez de demandas, ameaças ou intimidações

Qual é a diferença entre uma solicitação e uma demanda? Ambas são estratégias que respondem a uma necessidade não atendida. 

Mas, ao contrário das demandas, as solicitações são convites para que a outra pessoa atenda às nossas necessidades. Existem três princípios que podem ajudá-lo a fazer solicitações claras:

1 – Seja específico

“Eu peço que você seja mais respeitoso”, é vago – o que sinaliza respeito por você pode não sinalizar respeito por outra pessoa. 

Portanto, descreva os comportamentos concretos que atendem à sua necessidade de respeito: “Solicito que você chegue às reuniões no horário”.

2 – Diga o que você quer, não o que você não quer

Substitua: “Eu peço que você não rejeite as ideias de outras pessoas imediatamente”

Por: “Solicito que quando um membro da equipe compartilhar uma ideia, você faça duas ou três perguntas de sondagem antes de compartilhar sua conclusão.”

3 – Pergunte

Escute e procure saber do outro suas necessidades. 

Para entender melhor sobre a Comunicação Não Violenta, existe um curso do próprio Marshall que foi traduzido no YouTube, com 9 capítulos, você pode acessar o primeiro clicando aqui.

A Diana Bonar, da Peace Flow, ilustra o processo de comunicação não violenta da seguinte forma:

Lembre-se: a mudança de hábitos não é algo fácil

Não se culpe quando praticar a comunicação não-violenta, pois é extremamente comum não dar certo de primeira.

O principal ponto para praticar a CNV é se auto conhecer e observar. 

A maneira como as pessoas falam umas com as outras é uma coisa poderosa que pode definir quem uma pessoa é no mundo. 

Somente comunicando-nos de forma não violenta seremos capazes de ser ouvidos e, além disso, trabalharmos juntos para enfrentar todos problemas.

Para saber mais…

Se inscreva no meu canal do YouTube para outras aulas ao vivo, um centro de informação para todas suas necessidades de inovação. 

Lá, eu abordo diferentes temas e trago especialistas de várias áreas para responder os problemas que mais afligem empreendedores, de forma descomplicada e criativa!

Ah, não deixe de ver o vídeo abaixo para complementar o seu conhecimento sobre Comunicação Não Violenta.

Postado por Marcelo Pimenta

Artigos Relacionados :